Fertilização Assistida
Inseminação intra-uterina (IIU)
Este procedimento, também conhecido como “inseminação artificial”, envolve a colocação de esperma lavado, no útero, com pequeno cateter atraves do colo. O esperma pode ser colhido do marido ou do esperma congelado de doador, dependendo de suas necessidades. A IIU é frequentemente realizada se você teve tentativas fracassadas de relações sexuais programadas ou se houver uma interação muco cervical-espermatozoide anormal, pouco muco, ou muco hostil, que torna o espermatozóide inviavel. No ultimo caso, os espermatozóides são injetados depois da barreira cervical, para permitir que eles se movam para a tuba uterina e atinjam o óvulo. As variações do procedimento incluem o uso de medicamentos para produzir foliculos múltiplos e liberar mais de um óvulo, de modo a atingir a fertilização.
Como vantagens da IIU temos: pouco invasivo, menos compromentimento emocional, menor consumo de tempo.
Como desvantagens da IIU comparada com FIV-TE e ICSI temos: a fertilização pode não ocorrer, risco de gravidez múltipla, as tubas devem estar desobstruídas.
Fertilização ¨ in vitro¨ – Transferência de Embrião (FIV – TE)
A FIV-TE é provavelmente a mais utilizada dentre as Técnicas de Reprodução Assistida (TRA). É frequentemente conhecida como “bebê de proveta” e tem ajudado os casais inférteis a conceber e dar à luz por mais de duas décadas. Para que uma gravidez ocorra, um óvulo deve ser liberado do ovário e unir-se com um espermatozóide. Esta união, chamada de fertilização, normalmente ocorre dentro da tuba uterina. Durante o processo de FIV, contudo, esta união ocorre no laboratório após a coleta dos óvulos e do esperma. Os óvulos fertilizados são então, transferidos para o útero para continuar o desenvolvimento.
Supressão – A medicação é administrada para interromper temporariamente as mensagens vindas do cérebro para os ovários “ dizendo – lhes” para produzir um óvulo mensalmente. Além disso, a supressão previne a liberação prematura do óvulo. Assim, a supressão cronometragem da ovulação antes da coleta do óvulo. Para garantir que a medicação teve efeito desejado, uma amostra de sangue é colhida para checar o nível de estradiol (um dos hormônios estrogênicos) e às vezes, através de monotorização por ultra-som dos ovários e do útero.
Estimulação ovariana e monitorização dos folículos – As gonadotrofinas (ex: HMG) são administradas para estimular os ovários a produzirem os folículos, que contém os óvulos. O HMG contém partes iguais de FSH (Hormônio Folículo Estimulante) e de LH ( Hormônio Luteinizante). Ambos os hormônios são partes naturais do processo de estimulação folicular. O tratamento com o HMG dura de 1 a 2 semanas e envolve uma injeção subcutânea por dia. Seu médico ou enfermeira dirá a você como aplicar as injeções em si mesma. A duração do tratamento dependerá de como seus ovários responderão; a resposta ovariana será monitorizada com o uso de ultra-som e um teste de sangue que mede seus níveis de estrogênio. Uma vez que o ultra-som mostre que o folículo amadureceu em tamanho, o HCG (Gonadotrofina Coriônica Humana) será injetado para estimular a liberação do óvulo.
Retirada do óvulo e observação do embrião – Trinta e seis horas após a injeção de HCG, é realizada a retirada dos óvulos. O procedimento é feito no hospital/clínica mais frequentemente pela via transvaginal. Uma agulha, guiada pela imagem do ultra-som, é inserida através da parede vaginal nos ovários, onde os folículos que contém os óvulos são puncionados e retirados. O óvulos liberados são transferidos para o laboratório, onde seus estágios de desenvolvimento são avaliados. A anestesia não é usualmente utilizada para este procedimento simples. O procedimento dura cerca de 10 a 15 minutos . E você pode retornar à sua casa após poucas horas. Uma amostra de esperma é então lavada e preparada para a inseminação. Cada óvulo é colocado em uma placa e um numero definido de células espermáticas é adicionado. Cada placa é colocada em uma incubadora . Os embriões são então observados por alguns dias, sob o microscópio, quanto a fertilização normal.
Transferência de embrião – Se a fertilização for bem sucedida, os embriões podem então ser transferidos para o útero. A técnica de transferência consiste da colocação de um a quatro embriões dentro de um tubo de plástico estreito (catéter de transferência) que é inserido no útero através do colo. O processo dura apenas alguns minutos. Você pode então descansar por algumas horas e voltar para casa com a recomendação de permanecer em repouso por 1 ou 2 dias.
Suporte na fase luteal – Em alguns casos, o suplemento de progesterona é utilizado para melhorar a secreção de progesterona e estrogênio durante a fase lutea . A administração pode ser feita de diferentes maneiras. O suporte luteal é administrado para melhorar as chances de implantação.
Teste de gravidez e ultra-som – Um teste de gravidez sanguíneo ou urinário será realizado. Se o teste é positivo, um exame de ultra-som será feito dentro de duas a quatro semanas. Uma vez confirmada a gravidez saudável pelo ultra-som, seu médico irá orientá-la sobre os cuidados com a gravidez.
A FIV pode ser recomendada nas seguintes situações: doença tubária, endometriose, problemas cervicais, infertilidade “sem explicação”, falha da IIU.
A FIV apresenta como vantagens: confirmação da fertilização e um tratamento bem sucedido na maioria dos casos de infertilidade. Como desvantagens poderíamos citar: exigências técnicas, risco de gravidez múltipla, preço/custo.
Injeção intra-citoplasmática de espermatozóide (ICSI)
A ICSI é um tipo de fertilização assistida microcirúrgica que envolve a injeção de um único espermatozóide diretamente dentro de um óvulo. Nos últimos anos, vários métodos de fertilização assistida microcirúrgica foram desenvolvidos para serem usados quando o homem apresenta pouca motilidade espermática e/ou baixa contagem de espermatozóides. A ICSI permite uma taxa de fertilização muito maior para estas pacientes com fertilização “normal” em mais de 50 % dos óvulos. Os óvulos para ICSI são obtidos exatamente da mesma maneira que na FIV. Após a retirada do óvulo, as células que circundam cada óvulo são cuidadosamente removidas. Os óvulos são então examinados sob um microscópio e apenas aqueles considerados maduros são adequados para a injeção. Em geral, 70% dos óvulos obtidos são adequados para a ICSI . O espermatozóide é lavado e preparado. O óvulo e o espermatozóide são colocados em um microscópio especial com micromanipuladores acoplados. Um micromanipulador mantém o óvulo no lugar, enquanto o outro é utilizado para injetar o espermatozóide no óvulo. Os procedimentos restantes são similares aos da FIV padrão com respeito a incubação dos óvulos e transferência dos embriões resultantes.
A ICSI pode ser recomendada quando tivermos um número muito baixo de espermatozóides móveis com aparência normal, problemas com acoplamento e penetração do espermatozóide no óvulo, anticorpos anti-espermatozóides de qualidade suficiente para prevenir a fertilização, falha anterior de fertilização com cultura ou ausência de espermatozóide no flúido seminal.
Vantagens da ICSI: procedimento mais eficaz para a infertilidade masculina e soluciona alguns problemas de qualidade do espermatozóide.
Desvantagens da ICSI: possibilidade de transmitir a infertilidade para a prole, maiores exigências técnicas, preço/custo.
Transferência intra-falopiana de gameta (GIFT)
Esta técnica de reprodução assistida envolve as primeira e segunda etapas da fertilização in vitro, isto é, superovulação, monitoração folicular e crescimento endometrial. Os óvulos são retirados dos folículos nos ovários (em geral, transvaginalmente com anestesia local), por aspiração, monitorizada por ultra-som. Uma amostra de esperma previamente lavada e preparada é obtida. Os óvulos e os espermatozóides são então colocados juntos em um catéter. Normalmente, transferem-se dois óvulos em cada tuba. Na quarta estapa, realiza-se uma laparoscopia na paciente e uma pequena câmera é colocada logo abaixo do umbigo na região pélvica. A tuba uterina é apanhada utilizando instrumentos especiais e o catéter contendo os óvulos e os espermatozóides é inserido na tuba uterina. Os óvulos e os espermatozóides são injetados no interior da tuba unterina. A idéia é desviar-se das barreiras físicas do transporte normal do óvulo e dos espermatozóides devido a adesões, endometriose e problemas imunológicos. Embora o procedimento coloque o óvulo e os espermatozóides em estreira proximidade, reforçando a chance de colisão, isto não garante a fertilização. Os óvulos excedentes podem ser levados de volta para o laboratório para FIV e possível congelamento do embrião para uso futuro; isto pode ajudar a determinar se a fertilização normal pode ocorrer. Nos casos de motilidade espermática questionável ou fusão, é preferível a fertilização em laboratório.
Casos em que recomenda-se a GIFT: endometriose com tubas desobstruídas, hostilidade / disfunção do muco cervical, falha da IIU.
Vantagens da GIFT: ambiente natural para fertilização, menos exigências técnicas.
Desvantagens da GIFT: fertilização não confirmada, as tubas devem estar desobstruídas, anestesia geral, preço / custo.